Uma breve incursão na história do pensamento da administração

Com o objetivo de contribuir com os estudantes de Secretariado que estão fazendo suas pesquisas e leituras para compreender melhor a trajetória da profissão, vou postar alguns artigos que fazem uma rápida visita à história da administração e das mudanças organizacionais. Começo ao tratar aspectos das duas grandes ondas de mudanças segundo Toffler.

A “Primeira Onda” de mudanças - a revolução agrícola - que levou milhares de anos para acabar, teve seu início por volta de 8000 a. C. até 1650 e 1750 d. C., quando perdeu força para a “Segunda Onda”, com a qual irrompeu a Revolução Industrial. A civilização industrial durou apenas uns poucos 300 anos, atingindo seu ponto máximo durante a década iniciada por volta de 1955, que “viu a introdução generalizada do computador, o jato comercial, a pílula anticoncepcional e muitas outras inovações de alto impacto.” (TOFFLER, 1980, p. 28). Foi quando a “Terceira Onda” começou a ganhar força.

Antes da “Primeira Onda” de mudança, a maioria dos seres humanos, os chamados povos primitivos, vivia em pequenos grupos. Alimentavam-se pilhando, pescando, caçando ou pastoreando. A terra era a base da economia, da vida, da cultura, da estrutura da família. A vida era organizada ao redor da aldeia, prevalecendo uma divisão simples de trabalho. Surgiram algumas castas e classes claramente definidas: uma nobreza, um sacerdócio, guerreiros, escravos e servos. O poder era rigidamente autoritário e o nascimento determinava a posição social da pessoa. Cada comunidade produzia a maioria de todas as suas necessidades.

A civilização agrícola parecia destinada a dominar o planeta para sempre quando irrompeu a Revolução Industrial, no fim do século XVII, espalhando-se rapidamente pelas nações e continentes. Estava desencadeada a “Segunda Onda” de mudança. Para Toffler (1980, p. 36), “o industrialismo foi mais do que chaminés e linhas de montagem. Foi um sistema social rico, multiforme, que tocou todos os aspectos da vida humana e atacou todas as feições do passado da Primeira Onda.” Colocou o trator na fazenda, a geladeira na cozinha, a máquina de escrever no escritório, universalizou o relógio de pulso, as pílulas de vitaminas, produziu o jornal e o cinema.

A Revolução Industrial mudou a produção que era nos lares dos empregados para as fábricas. Em sendo o aumento da eficiência dos processos produtivos uma das finalidades da administração e sua qualidade ser medida pela redução das perdas, do desperdício e da ineficiência na utilização de todos os tipos de recursos, houve, então, a evidente necessidade de uma administração mais sistemática. Disso decorreu a necessidade da presença de pessoas que tomassem decisões de administração, ou seja, administradores capazes de gerir as organizações que estavam ficando maiores e os problemas gerenciais, por consequência, mais significativos.

Com o intuito de aumentar a eficiência, ou seja, usar correta e produtivamente os recursos empregados na realização de um objetivo, sem desperdícios ou perdas desses recursos, surgem, no início deste século, pessoas cujos nomes foram importantes para o desenvolvimento de teorias que enfocam aspectos específicos das organizações e de sua administração. Foram inovadores que apresentaram as primeiras soluções práticas para o problema do aumento da eficiência: Frederick Winslow Taylor (1856-1915), figura central da administração científica que propõe a aplicação de métodos científicos para estudar e aprimorar o trabalho e o trabalhador, focalizando a eficiência dos processos produtivos, e Henry Ford (1863-1947), criador da linha de montagem móvel.

Outro nome importante no desenvolvimento do pensamento de administração e na sua sistematização foi Henri Fayol (1841-1925). Fayol procurou definir o processo administrativo e o papel dos gerentes em termos de funções.

Fonte: TOFFLER, Alvin. A terceira onda (tradução de João Távora) 13.ed. Rio de Janeiro: Record, 1980.

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