O secretário analista simbólico
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o livro “O trabalho
das nações”, Robert Reich identifica
o surgimento, nos Estados Unidos, de
três amplas categorias de trabalho que também estariam tomando forma em outros
países. Convencionou chamá-las de serviços rotineiros de produção, serviços
pessoais, e serviços simbólico analíticos.
Os serviços rotineiros de produção
estão relacionados a tarefas repetitivas, tediosas e intermináveis, similares
às executadas na Sociedade Industrial, com uma diferença: hoje, na Sociedade do
Conhecimento, esses serviços são executados na montagem de componentes
eletrônicos e na operação de terminais de computador, introduzindo e
recuperando dados. São os peões da Era da Informática.
Os serviços pessoais também estão
relacionados a tarefas repetitivas e simples. Para Reich, o que diferencia os
serviços pessoais dos produtores de rotina é que os servidores pessoais têm
contato direto com os usuários finais. Seus honorários são calculados com base nas
horas trabalhadas e na quantidade do trabalho. Em geral, esses serviços são
executados por profissionais com ensino médio e curso profissionalizante.
A categoria denominada serviços
simbólico analíticos inclui todas as atividades de identificação e solução de
problemas. Nesta categoria, Reich inclui boa parte do trabalho executado por
gerentes; tributaristas; consultores nas áreas de finança, energia,
agricultura, armamento e arquitetura; especialistas em informações gerenciais, planejamento
estratégico, desenvolvimento organizacional, marketing; headhunters corporativos; analistas de sistemas; executivos de
propaganda; diretores artísticos; arquitetos; professores universitários e
cinematografistas.
Robert Reich também classifica o
secretário como analista simbólico. Em geral, os profissionais desta categoria trabalham
sozinhos ou em pequenas equipes, identificando problemas, solucionando-os e
promovendo a venda de soluções por meio da manipulação de símbolos (dados,
palavras, representações orais e visuais).
Os analistas simbólicos são formados
em cursos universitários, muitas vezes, pós-graduados. Além de passar longas
horas concentrados em frente a um computador ou estudando, esses profissionais
participam de reuniões, fazem apresentações, fornecem instruções, negociam,
redigem relatórios, projetos, passam horas ao telefone, em aviões e hotéis.
Na opinião do autor, abstração,
raciocínio sistêmico, experimentação e colaboração são aptidões básicas para que
o analista simbólico possa atuar na identificação e resolução de problemas, bem
como na venda de soluções. A formação de
um analista simbólico não termina com a formatura. Este tipo de atividade requer
atualização constante. O desafio é aprender a aprender.
Em outras palavras, o processo de
formação do analista simbólico deve lhe dar instrumentos para que seja capaz de
compreender o sistema político-econômico e o meio social onde está inserido. Este
profissional deve ser capaz de conviver com as diferenças, respeitando o ser
humano e contribuindo para construção coletiva de um mundo mais sadio e
harmônico.
Para ter condições de atuar em um
mercado altamente competitivo e em constantes transformações, o secretário
executivo analista simbólico precisa de uma formação que o prepare para analisar
o porquê de determinado problema e como este se conecta a outras situações
adversas. Por isso, precisa assumir a responsabilidade pela gestão do próprio
conhecimento, ou seja, aprender a aprender na busca por competências que lhe permitam
exercer a profissão com excelência.
Eis a questão: o
que privilegiar neste processo de autoformação? No meu modo de entender - diante
do engajamento que a administração contemporânea requer de seus profissionais –
as competências essenciais à formação do secretário executivo analista
simbólico são: competência técnica, comunicacional e social. Explico.
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Competência técnica na área de gestão: é importante
para garantir o domínio e a aplicação de métodos secretariais e gerenciais em
áreas específicas de atuação, fazendo uso de ferramentas, materiais,
procedimentos, normas e sistemas corporativos.
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Competência comunicacional: é essencial para
conhecimento e aplicação dos princípios técnicos da comunicação oral e escrita,
com o objetivo de aprimorar a comunicação com clientes internos e externos,
garantir a qualidade da informação e promover imagem corporativa.
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Competência social: é fundamental para conviver
harmoniosamente com as pessoas no ambiente profissional e social.
No livro “Metacompetência:
uma nova visão do trabalho e da realização pessoal”, Eugênio Mussak apresenta a
equação: conhecimento x habilidade x atitude = competência. Em outras palavras,
não basta saber, poder ou querer. É preciso equacionar os três elementos para obter-se
o resultado esperado.
Conhecimento, habilidade e saber
conviver harmoniosamente com as pessoas no espaço profissional são requisitos fundamentais
para quem almeja seguir a carreira de assessor executivo. Para ser bem-sucedido,
entretanto, e preciso aliar estes requisitos a uma postura profissional
coerente, condizente com as regras de conduta que regem o mundo corporativo.
Fonte:
WAMSER,
Eliane. A secretária que faz. Blumenau:
Nova Letra, 2010, p. 49-52.
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