O sentimento de pertencimento à profissão

 

              Ei!! Você... bem-vinda! Bem-vindo... a essa obra em andamento!

Que cor você escolheria para representar seu momento atual se tivesse diante de si uma caixa com 24 lápis de cor?

Pronta para começar?

            Certamente, antes de escolher a cor, em sua tela mental deslizaram slides de inúmeras cenas de sua história de vida, imagens de memórias afetivas guardadas no coração, de conquistas e momentos de vitórias. Talvez, momentaneamente, você também visualizou um cenário sombrio, desalentador, frustrante. Lembrou de desastres ambientais, da falta de respeito entre os seres humanos, ou ainda, de um cenário econômico-político turbulento, confuso, indefinido.

Indiferente da cor que você tenha escolhido, tenho a certeza de que ela é a sua predileta, que simboliza o que você viveu até aqui, quem você se tornou ao longo desses anos, movida pela sua corajosa capacidade adaptativa e pela confiança em oportunidades de crescimento.

Mas, o que diferencia uma pessoa da outra? O que diferencia você de uma amiga? De um colega profissional? De mim, por exemplo?

A resposta é: o sentimento de pertencimento. Componente primordial que nos conduz a uma outra compreensão de quem somos e o que queremos e buscamos. O que, certamente, tem implicações em todos os aspectos de nossa vida: na forma como nos relacionamos com nossa família, amigos, vizinhos, na escolha e opção profissional. Nossa vida em sociedade. A relação com a natureza.

Tudo impacta a nossa realidade e a realidade do próximo, onde quer que se esteja. Nossas ações em aqui Blumenau (terra da Oktoberfest, onde eu moro), os desmatamentos na Amazônia e no Pará, a desertificação no Nordeste, o derretimento das camadas de gelo no Polo Ártico, o aumento do nível dos oceanos, a exaustão dos aquíferos, o aquecimento global. Somos interdependentes e inseparáveis de um Todo Cósmico.

Corroborando com quem aprendo sempre...

Capra, em seu livro A teia da Vida (“The web of life”, p. 29), diz que “a natureza e o eu são um só”. Somos parte da teia da vida.

O escritor Eloi Zanetti, em seu blog, lembra que as pessoas precisam e se sentem bem ao dizer que fazem parte de algum grupo ou programa, ou ação; têm orgulho em pertencer àquele momento da história. O ser humano nasceu para viver em sociedade, porque não consegue viver sozinho.

Na hierarquia das necessidades elaboradas pelo psicólogo americano, Abraham Maslow, a necessidade de pertencer a um grupo ocupa o terceiro degrau. O ser humano, como ser social, tem necessidade de pertencer a um grupo, de estabelecer vínculos sociais. O ser humano precisa se sentir aceito, útil, valoroso. Fazendo parte de algo que lhe dê significado e valor.

Voltando isso para nosso lado profissional...

.... Sabia que da mesma forma que é preciso nutrir o sentimento de pertencimento ao Cosmos, para a construção de uma paz social, também é preciso se desenvolver o sentimento de pertencimento à profissão e ao cargo que se opta por ter para se inserir e atuar no mundo do trabalho?

Por estar sempre à procura de novos conhecimentos, de autoconhecimento e de um espaço digno no competitivo mundo corporativo, dei-me conta de que a nossa consciência de pertencimento, ou o nosso sentimento de pertencimento, não é automático, e nem acontece imediatamente a partir do momento em que, por intermédio de nosso processo de formação, temos a condição de entrar no grupo profissional. Primeiro de tudo, requer comprometimento com o grupo profissional para acessar uma colocação no mercado de trabalho. Segundo, esse comprometimento, primordialmente, deve resultar na criação de um vínculo que permite contribuir com o grupo, sentir-se integrado e fazer parte da construção da história desse grupo.

A maneira como cada pessoa se posiciona perante o mundo, perante a profissão e o cargo que decidiu seguir, perante a sociedade na qual vive, demonstra a força e a energia (ou a ausência) do vínculo de pertencimento.

Agora, o sentimento de pertencimento anda de mãos dadas com o processo de educação permanente, que dá ferramentas para um(a) profissional construir uma postura pautada em princípios e valores éticos. Uma postura íntegra e com sabedoria para servir a algo maior do que a si próprio. Lembra, somos uma “obra em andamento”.

Dito isso e acreditando que você já escolheu a sua cor, fico na certeza de que você colorirá ainda mais tudo o que se determinar a fazer com comprometimento, envolvimento e engajamento. Com pertencimento.


Seja sempre gestor e gestora do próprio conhecimento (nunca terceirize isso, por favor!!). Aprender a aprender deve ser sua mola propulsora para uma melhor compreensão de si mesma, de si mesmo. Busque seu autoconhecimento sabendo quem é, qual o seu mais alto potencial, quais os seus talentos, as suas qualidades e também os pontos negativos.

 

 

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