O tempo: algo proporcional à vontade de cada um
O
tempo é algo diretamente proporcional à vontade. Sempre. Em todos os âmbitos da
vida, sejam eles pessoal, familiar ou profissional, ele – o tempo - também não
pode ser considerado um fator, apesar de cronológico, posto. Porque tempo tem
muito de sentimento, também no trabalho. Quando existe motivação, o tempo
rende, o trabalho flui e as horas voam. Quando não se acredita no que se faz,
uma semana arrasta-se moribunda, seguida de outra onde os objetivos se perdem e
o tempo esvai-se.
Muitos
associam o tempo à diversão, prazer e até festa o trabalho com arte e cultura, campo de
trabalho no qual atuo hoje. Algumas dessas palavrinhas até estão envolvidas,
mas com elas vêm também outras palavras como prazo, montagem, cobrança,
imprevisto e tantas outras que fazem parte do processo e estão diretamente
relacionadas ao tempo.
Como
servidora pública, com normativas específicas e todo um processo interno
historicamente burocratizado (o que não é sinônimo de organizado), é necessário
sempre trabalhar com o mínimo de planejamento para alcançar a qualidade
esperada nas ações. É mais fácil gostar de tudo que se pode resolver por conta
própria e aí se aprende muita coisa a fim de criar autonomia. Afinal, um colega
jornalista que está sobrecarregado ou um pouco sem vontade, pode inviabilizar
toda divulgação do seu evento por atraso em redigir um release que já deveria
estar na imprensa há uma semana. Depender de máquinas é mais fácil – mesmo com
toda instabilidade delas – do que depender de pessoas. Entre as pessoas é muito
comum ocorrerem equívocos de comunicação. Entre máquinas, isso é um pouco mais
difícil, já que os códigos estão bem definidos e se uma das partes emitir o
sinal errado, o travamento é certo e instantâneo. Com o colega de trabalho,
descobrir o equívoco de compreensão ou a preguiça de perguntar para entender
melhor, pode custar muito tempo – precioso para você e nem tanto para ele.
E
o tempo urge! É urgente o que o chefe pede, o que o colega pede, o que o e-mail
pede. E o telefone? O telefone, nos tempos de teclado alfanumérico e internet a
jato, só se for urgente ou, digamos, delicado. Já importante é estarmos bem.
Importante é sentir que ali é o seu lugar e que ganhar dinheiro para fazer o
que você está fazendo, apesar de todos os contras, ainda é o maior pró. Pró
mesmo é quando você é envolvido, sente que é importante para que “aquilo ali”
que está se buscando realizar sem você ficaria mais difícil. Porque sentir que
você é importante para o todo é o que nos faz escolher o que queremos fazer e,
daí sim, faremos bem!
Quando
a organização é grande geralmente cada um cumpre atividades pré-determinadas e
a roda gira conforme manda o presidente, conselho gestor, ou seja lá quem
impuser o cetro. Em empresas menores, existem os multitarefas. Esses
profissionais são eternos autodidatas sem opção porque têm que aprender a fazer
para que as coisas saiam. Isso não é muito legal porque a qualidade muitas
vezes fica comprometida. Mas existem
casos em que o desejo pela inovação e por novas formas de ordenamento interno –
do setor, documentação e processos – é do profissional. Tempo ocioso no
trabalho é perfeito para esse tipo de profissional que adora propor e melhorar!
Sonho
com o dia em que o trabalho seja movido a projetos. Com o dia em que nada possa
atrapalhar a otimização do tempo de trabalho porque as pessoas, optando por
trabalharem em ambientes fechados ou abertos, em movimento ou em cidades
diferentes, trabalhem felizes. Onde o que possa atrapalhar seja a
multiplicidade de ideias, da busca por parceiros para colocá-las em prática e
do aprendizado de dizer o não. Porque o que atrapalha mesmo o bom andamento de
um projeto ou o que faz as pessoas perderem tempo, é a falta de foco, a
indefinição de um objetivo – e várias metas e prazos e acompanhamento contínuo.
Além
disso, estar em harmonia com as pessoas com quem se trabalha é um ponto
primordial para otimização do tempo. Por isso é muito importante que o
profissional escolha times, equipes ou organizações com o qual tenha forte
identificação, já que ele passará muito tempo com ou em contato com essas
pessoas. Muitas vezes essa identificação pode ser alcançada buscando vagas ou empresas
que tenham a ver com o profissional, mas caso isso não seja possível, quem tem
que fazer esforço em adequar-se é você. Um belo sorriso, disposição em
aprender, humildade e cortesia são o suficiente.
Essas
qualidades podem ser ouvidas e sentidas muito através das formas de
comunicação. E sabemos que a comunicação hoje é tanto virtual quanto pessoal.
Sabemos que escrever dignamente para se fazer entender é fundamental, que uma
bela imagem pode falar mais do que mil palavras e de que uma boa rede de
relacionamentos pode fazer os seus negócios – e consequentemente sua vida –
muito mais bem sucedidos. Então não considero que se perca tempo em redes
sociais, mas invista-se tempo em conteúdo, em relacionamento e em atualização.
Na área de cultura e eventos, a divulgação on-line hoje é uma realidade
irreversível. A quantidade de material disponível na internet é ilimitada e em
sua grande maioria de alta qualidade.
Tempo
nunca se desperdiça. Tempo se vive. Ocioso ou não, como saberemos o que nossos
pensamentos produzirão a partir do ócio?
**
Autora:
Regiane
Patricia de Souza Stuepp, texto produzido para a disciplina: Tempo, Organização
e Planejamento, da Pós-Graduação em Assessoria Executiva Empresarial pela Universidade
Regional de Blumenau – FURB, em 7 de fevereiro de 2015.
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