A Secretária que Faz

Ela trabalhou 17 anos como secretária executiva trilíngue e outros 17 como professora no curso de Secretariado Executivo da Furb. Além do português, domina o inglês e o alemão e assessorou executivos blumenauenses em grandes indústrias têxteis. Hoje, Eliane Wamser é palestrante e instrutora em empresas e acaba de publicar o livro A Secretária que faz.


O que traz o livro?

Eliane Wamser - Traz um pouco do jeito como eu exercia e de como eu ensinei a profissão, além de questões legais, como profissão regulamentada. Dou dicas de como conduzir a carreira, planejando os passos e aliando dedicação, disciplina, determinação e, principalmente, foco.

Como está o mercado?

Eliane - Carente de bons profissionais. Tem empresa buscando secretárias executivas com inglês de ponta e não consegue achar. Os jovens não querem estudar porque não sabem o que é ser um assessor executivo. Esse é um dos objetivos do livro.

E o salário?

Eliane - Secretárias de alto escalão começam ganhando R$ 2,5 mil e podem chegar a ganhar R$ 6 mil na nossa região. Teve um concurso público que oferecia R$ 6,6 mil e tiveram que prorrogar por falta de inscritos.

Não vejo homens na profissão. Por quê?

Eliane - Dos cerca de 600 alunos formados na Furb, quatro são homens. Os escribas, primeiros secretários da história, foram homens. As mulheres entraram no mercado como auxiliares para substituir os que morriam nas guerras. Nos últimos anos é que se enfatizou o papel de gestora, de facilitadora, e com isso os homens começam a voltar, mas com o nome de assessores.

Existe fiscalização?

Eliane - Não existe porque a criação do Conselho Federal de Secretariado tramita no Congresso há mais de cinco anos. A Superintendência Regional do Trabalho só fiscaliza se houver denúncia. O sindicato atua mais nos casos de edital de concurso público que não pede a formação.

Como conseguir um bom trabalho?

Eliane - As vagas para secretária executiva estão escondidas, como escondidas estão a de um diretor. As empresas não colocam nos classificados. Vai muito de conhecer e indicar. Uma boa rede de relacionamentos é fundamental.


Autor: Francisco Fresard
Fonte: Jornal de Santa Catarina, edição de 13 de dezembro de 2010, Coluna Mercado Aberto.

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