Gestão do tempo na assessoria executiva (parte 1)


Tive a grata satisfação de ministrar a disciplina de Tempo, Organização e Planejamento, com carga horária de 24 horas/aula, no curso de pós-graduação em Assessoria Executiva Empresarial, na Universidade Regional de Blumenau, agora no início de 2015.

Durante as aulas,
(1)        provocamos reflexões e discussões a respeito de fatores (pessoais e organizacionais) que atrapalham na distribuição e otimização do tempo;
(2)        concomitantemente, delineamos  um entendimento mais apurado do que vem a ser assessor executivo no mundo corporativo contemporâneo;
(3)        e tratamos de estratégias, técnicas e ferramentas para possibilitar que – no âmbito do assessoramento executivo - se tenha uma administração do tempo capaz de dar conta das demandas corporativas, garantir o desempenho de resultados mensuráveis que indicam a consecução ou não de metas e objetivos traçados para a organização.

Dentro deste contexto, elegemos o seguinte questionamento para nortear as discussões e as reflexões no transcorrer da disciplina:
O que implica na gestão do tempo de quem atua na assessoria executiva?

Com o seguinte pressuposto:
Três aspectos básicos interferem na gestão do tempo de quem assessora:

a)   o estilo pessoal de assessorar e organizar o tempo;
b)   o estilo de gestão e tipo comportamental de quem assessoramos;
c)   a cultura organizacional da empresa em que atuamos.
 
Na primeira aula, o diálogo e as discussões serviram para o alinhamento de um entendimento mais apurado do que vem a ser assessor executivo no mundo corporativo contemporâneo.
O embasamento inicial para se tratar da função de assessoria executiva provem da área administrativa, que a classifica como uma relação de autoridade (também conhecida por staff, em inglês), por trabalhar conjuntamente com as autoridades de linha.
As autoridades de linha são responsáveis pela decisão e execução dos assuntos principais da organização, em que a posição de comando e autoridade é sobre pessoas. Já as autoridades na área de assessoria são responsáveis por aconselhamentos e elaboração de sugestões, recomendações, facilitação de atividades, prestação de serviços especializados e exercício de controles.
Claudia Albernaz (2011, p. 177-180) entende que o conceito de assessoria, no campo gerencial, remete à assistência prestada a um executivo-chefe no desempenho de suas funções, facilitando o gestor em sua carga de trabalho, caracterizando dessa forma como atividade-meio na organização. Vale a pena ler sua dissertação:
Albernaz, C. B. L. (2011). O secretário executivo como gatekeeper da informação. Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. Disponível em http://repositorio.unb.br/handle/10482/10089?mode=full&submit_simple=Mostrar+item+em+formato+completo, acesso em 20 de janeiro de 2015.

Raimundo Nonato Jr (2009, p. 153), por sua vez, avança os estudos sobre assessoria e propõe a fundação das ciências da assessoria. Defende que em “Ciências da Assessoria pode-se conhecer o que fazem os assessores! Os significados de suas ações dentro do cenário organizacional, humano e simbólico.” 

Em seus estudos, Nonato Jr. (2009, p. 149-165) como o conhecimento das assessorias se articula com áreas como Administração, Ciências da Informação, Linguística e Comunicação, Filosofia, Ciências Humanas, Sociais e Tecnológicas. Mostra como a atuação do assessor interliga realidades, conhecimentos, pessoas, níveis hierárquicos.
 
Para ampliar a leitura a respeito, sugerimos aos participantes:
Nonato Jr., R. (2009) Epistemologia e teoria do conhecimento em secretariado executivo: a fundação das ciências da assessoria. Fortaleza: Expressão Gráfica.
Nonato Junior, Raimundo. Epistemologia do Secretariado Executivo: por uma teoria do conhecimento em Secretariado. Disponível em http://www.fenassec.com.br/pdf/artigos_trab_cientificos_consec_1lugar.pdf
     REVISTA DE GESTÃO E SECRETARIADO – GESEC, disponível em http://www.revistagesec.org.br/ > é uma publicação de caráter técnico e científico da área.

 Na etapa seguinte conversamos sobre a forma de gerenciar o tempo mediante as atividades do cotidiano. Assunto que trataremos no próximo blog.
 

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