O óbvio precisa ser dito

 

     O óbvio está sendo o vilão na causa de muitos problemas de relacionamento interpessoal, que impactam diretamente na consecução de metas e objetivos corporativos.

Recorrendo ao Novo Dicionário Aurélio, óbvio é o que está diante dos olhos; que salta à vista; claro, patente. Evidente; incontestável.

Ter que falar (ou seria melhor dizer: chamar atenção) sobre situações óbvias durante os treinamentos in company passou a me incomodar profundamente. Considerava desperdício de tempo abordar questões que, a princípio, se mostravam tão evidentes e corriqueiras. Coisas que todo mundo deveria saber. Ah! “Deveria” saber. Até que num treinamento em determinada empresa, um participante me dirigiu a palavra: “O que é óbvio para mim, pode não ser para você. E o que é óbvio para você, pode não ser para mim.”

            Simples assim! Ponto. Concordei. Somos e vivemos em contextos diferentes. Tivemos, até hoje, vivências e experiências diferentes, com pessoas diferentes, em lugares dos mais variados. Logo, enxergamos e percebemos as coisas que nos cercam de modo diferente.

Longe de querer abrir, aqui, espaço para uma discussão mais filosófica em torno do óbvio, estou convencida de que precisamos, sim, falar sobre atitudes consideradas óbvias, porém não praticadas, em particular no ambiente de trabalho, que é o foco deste livro. Aliás, tem uma frase da escritora e jornalista Clarice Lispector (1920-1977) que diz: “O óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar.”

            O ambiente de trabalho (como a sociedade) é regido por determinados padrões de comportamento, que garantem a convivência entre seus integrantes, baseados numa relação respeitosa, atenciosa e tolerante. Não dá para não deixar de alertar os profissionais, independentemente de geração, sobre certas atitudes que podem causar uma colisão frontal com colegas de trabalho e com chefias no ambiente de trabalho.

            Posto isso, cuidado com:

 

û  Aperto de mão mole e sem comprometimento.

û Mau humor. Lamúrias. Queixas. Reclamações

û  Interromper a conversa de outra pessoa, sem pedir licença e sem permitir que a pessoa termine seu pensamento.

û Desrespeito à hierarquia

û Procrastinação = não cumprir prazos estipulados

û  Atrasar-se em reuniões e eventos. Impontualidade.

û  Um e-mail mal escrito

û  Ofensas e agressões pessoais

û  Sarcasmo. Zombar de tudo.

û  Tirar sarro/caçoar de alguém.

û  Piadas depreciativas. Fazer graça à custa de outros.

û  Corrigir a gramática ou a pronúncia de quem estiver falando.

û  Falar alto

û  Chamar as pessoas aos gritos ou com gestos agressivos.

û  Apontar outros com o dedo.

û  Abusar da liberdade. Brincadeiras preconceituosas

û  Manifestar frequentes atitudes de infantilidade

û  Tratamentos de intimidade

û  Fofocas e mexericos

û  Falar mal de pessoas

û  Indiscrição

û  Expor a vida pessoal para os colegas de forma irresponsável

û  Desrespeitar a privacidade do outro.

û  Conversar com alguém olhando para o relógio ou mexendo no celular

û  Não desgrudar os olhos do celular durante reuniões e durante almoço de negócios.

û  Conversas paralelas e risadas durante reuniões

û  Repreender (dar bronca) alguém na frente de outros

û  Ser o “dono da verdade”.  Entender de tudo. Querer ser o mais inteligente.

û  Ter sempre razão.

û  Preguiça

û  Agarrar outra pessoa pelo braço. Ou puxá-la pela camisa.

û  Beber além da conta em festa da empresa.

û  Gesticular demais.

û  Falar palavrões e fazer uso frequente de gírias e cacoetes

û  Bocejar e espirrar na cara do outro.

û  Usar palito de dente fora do banheiro

û  Cuspir e jogar lixo na calçada.

û   Apresentação pessoal desleixada.

û   Mascar chicletes

û  .....

û  .....

û  .....

 


Comentários

  1. Eliane,
    Muito boa suas postagens, suas reflexões, sua sabedoria em saber redigir um texto.
    Uma vez escrevi um texto para um amigo palestrante, com este pensamento ou frase: O óbvio não é!
    Adalberto Day - Cientista Social e Pesquisador da História em Blumenau.

    ResponderExcluir

Postar um comentário