Educação para uma leitura de mundo

 

Recordo-me de constantes crises no cenário econômico e produtivo brasileiro. A exemplo do que acontece atualmente. Exigência por produtividade e desempenho máximos. Dirigentes com os nervos à flor da pele. Cenário que requer de nós profissionais paciência, tolerância e muito profissionalismo. Sobreviverá o profissional que tiver pique (aqui entendido no sentido de competência), que tiver um diferencial: fazer e dar sempre o seu “melhor”. Não o “possível” e sim o melhor. E souber se contrapor às diferenças de opinião e ações com respeito, conhecimento e discrição.

Somos todos interdependentes e inseparáveis de um Todo Cósmico, onde ações nossas aqui em Blumenau, onde moro, as queimadas na Amazônia e no Pantanal (e na região oeste dos Estados Unidos) impactam na natureza, em nossa realidade e na realidade do próximo, onde quer que se esteja.

Despertar a nossa consciência com pequenas ações de pertencimento a esse cosmo e à realidade que se coloca diante de nós no mundo do trabalho, amplia nossa responsabilidade na contribuição para a construção de um mundo mais harmonioso, mais fraterno, solidário, com consciência ecológica, relacional e sustentável.

Como dar conta de abafar ou diminuir essa onda do descartável, do desapego: nos relacionamentos, nos empregos, com as pessoas, com o conhecimento construído, com a história de vida vivida? Com o próprio propósito de vida?

Chego a uma só resposta. Visualizo somente um caminho: um amplo processo de educação. Único caminho que nos ajudará a reconstruir uma consciência coletiva na criação do sentimento de pertencimento à natureza e a uma perspectiva de empregabilidade, com o enaltecimento do profissionalismo.

Aqui clamo pelo real comprometimento das três instâncias de educação:

Educação formal: aquela educação que é dada ao ser humano sempre sistematizada e, principalmente, apoiada no sistema. Ela é metódica, intencional, consciente. No caso de Secretariado, deve ser entendida como a formação de técnicos, tecnólogos e bacharéis, nos respectivos níveis de ensino vigentes no Brasil.

Educação não formal: que até pode ser intencional, mas não é e não está inscrita na escolaridade como a formal, que é obrigatória, conforme a Constituição Federal. 

Educação informal é aquela que se dá completamente desvinculada de qualquer método, de qualquer sistema.

 Nenhuma dessas instâncias da Educação poderá ficar de fora, porque a instância que se excluir prejudicará o processo como um todo. Fragilizará o avanço.

Defendemos aqui um processo de educação que proporcione uma leitura de mundo, o desenvolvimento da capacidade da pessoa de se engajar em projetos e ações, consciente de sua responsabilidade social e ética; consciente da necessidade de aprender a aprender e saber pensar, para poder agir e ajudar a transformar o contexto no qual está inserido.


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